Gostaria de deixar aqui algo sobre o último encontro, que aconteceu no dia 16 de janeiro de 2016! Foi o primeiro encontro do ano! Estivemos em 5 pessoas, sendo que 2 delas vieram no último encontro do ano passado, tiveram contato com a prática da atenção plena e trouxeram excelentes resultados da prática em suas vidas!
De forma geral, relatam que a prática de atenção plena tem um impacto direto na sua felicidade! Por estarem mais presentes com seus familiares, parentes e amigos, conseguem desfrutar melhor das pequenas coisas e dos pequenos detalhes. Um dos participantes relatou um maior rendimento no trabalho também, mais foco e mais produtividade.
Os encontros sempre são muito gostosos! É um compartilhar de ideias e experiências. Num determinado ponto, surgiu de um dos participantes o relato de uma dificuldade em lidar com pessoas tidas como “difíceis”. E o retorno veio de um dos nossos colegas aqui que está bastante engajado no movimento. Trouxe hoje as nossas tarefas desta quinzena, para quem quiser compartilhar destas ações felizes:
– Descubra pontos fortes nas pessoas, especialmente as que tem mais dificuldade de relacionar-se. Ao comentar com esta pessoa que ela tem estas qualidades, o faça de forma enfática. Precisa ser honesto e verdadeiro! Qualquer barreira entre as relações se quebra aí. E nós promovemos um reforço positivo em algo de bom que ela traz, o que modifica também nossa percepção a respeito dela.
– Faça reforços positivos a todas as pessoas que encontrar. Não se trata de fazer apenas um elogio, mas de reforçar algo de positivo e brilhante de alguém que convivemos. As pessoas brilham mais e se apegam mais às coisas que fazem de positivo.
Texto publicado originalmente no grupo do Rio no Facebook, pela Patricia Magacho Rodrigues, que está ajudando na realização dos encontros.
Assim começou o grupo Ação para Felicidade – RJ:
…Com um sonho na cabeça: Realizar um trabalho que possa causar um impacto positivo sobre si mesmo, os outros e o mundo.
Acontece que para um trabalho sair bem feito é preciso dedicação, compromisso e amor e, para trazer alegria, precisa estar no coração.
Só que não adianta um sonho estar na cabeça e no coração se não partir para AÇÃO!!!
Então, estão nas nossas mãos As “10 Chaves para uma vida mais feliz”!!!!
E para finalizar o encontro, assumimos o compromisso de zelar pelas intenções do nosso coração e de plantar lindas sementes com nossos atos, acreditando que nossas ações trarão frutos: FELICIDADE
Patricia Magacho, Roberta Magacho, Graça Caetano, Bia Quadros, João , Daniela Lauria , Graziela Nunes e Milton Machado.
Agradecimento especial ao Dr Alvaro Rodrigues pelo espaço e lanche oferecidos.
Lucy Roberts descobriu maneiras práticas para ajudar a superar seus problemas de depressão e ansiedade. Agora ela trabalha com a Ação para Felicidade, ajudando os outros a fazerem o mesmo. A seguir, ela conta sua experiência:
Travei uma longa batalha interna com a depressão e ansiedade. Comecei a trabalhar para a Ação para Felicidade [na Inglaterra] por que foi a única organização que encontrei que promovia as estratégias que utilizei para superar meus próprios problemas.
Por isso achei que poderia ser útil escrever um pequeno artigo explicando algumas das maneiras como as “10 chaves para uma vida mais feliz” me ajudaram, na esperança de que possa ajudar outras pessoas também. Isso é muito pessoal, cada um é diferente, e o que serve para um pode não servir para o outro.
Em primeiro lugar, sugiro tentar diversas abordagens criativas e adaptar ideias para que lhe sirvam, até que você encontre uma combinação que funcione. E não desista. Depressão é uma doença cuja recuperação é gradual, que pode com frequência aparecer mais de uma vez em nossas vidas. Costumo pensar que tudo é uma questão de perseverar e reconhecer cada pequena vitória, não importa quão pequena, como um grande progresso.
Gostaria de enfatizar também que não há vergonha nenhuma em ter depressão e ansiedade. São doenças como outras quaisquer — as pessoas não se sentem constrangidas por ter câncer ou diabetes. Ao invés disso, tenha orgulho de sua batalha constante para superá-las.
Ainda preciso me esforçar muito para me manter bem. Vou a grupos de terapia e construí uma grande rede de apoio, que uso constantemente. E continuo tentando fazer todas as coisas que listei abaixo. Tenho orgulho dessas realizações.
10 chaves para superar a depressão e ansiedade
Pessoalmente, acredito que concentrar-se na depressão pode ser algo deprimente em si mesmo, então prefiro focar na felicidade. Adoro a psicologia positiva, já que ela se foca no que faz as coisas darem certo, ao invés de abordar o que faz as coisas darem errado.
A maioria das estratégias que utilizei estão descritas nas “10 chaves para uma vida mais feliz”. Vou explicar um pouco sobre o que fiz em cada chave:
Doação (faça algo pelos outros). Achei muito útil focar em outras pessoas e no mundo além de mim o tanto quanto possível. A depressão vive em meu “eu”, então tento passar meu “tempo mental” em algum outro lugar. Fazer o bem para outros também ativa os “centros de recompensa” em nossos cérebros, fazendo o doador se sentir bem também. Por exemplo, acho que me sinto melhor dando presentes do que recebendo-os, você não acha?
Relações (conecte-se com pessoas). Ter pessoas boas e positivas ao redor e me conectar com novas pessoas boas provavelmente foi a coisa que mais aliviou minha depressão. Conheci pessoas ótimas através de grupos de apoio e ao voluntariar meu tempo livre. Depressão é uma doença de isolamento, e eu tento me esforçar para evitar isso.
Exercício (cuide do seu corpo). Pode ser muito difícil quando tudo o que você quer fazer é ficar na cama, mas de fato vale a pena pelas endorfinas. Mesmo uma breve caminhada até a loja da esquina ajuda, ainda mais se você trocar algumas palavras com o caixa quando chegar lá.
Atenção (note o mundo ao redor). Trata-se de perceber o que está acontecendo ao seu redor e todas as coisas boas do mundo. Praticar atenção plena ajuda muito, e eu recomendaria o site Headspace e o vídeo de Mark Williams [ambos apenas em inglês].
Aprendizado (continue aprendendo coisas novas). Isso também nos ajuda a apreciar o mundo ao redor, e aumentar nossa confiança sobre todas as coisas diferentes que somos capazes de fazer e desfrutar. Me ajudou a sair da rotina em que me encontrava, principalmente quando eu percebia que aprender na verdade é sobre cometer erros — e não importa quais, desde que você tente.
Direção (tenha objetivos em mente). Objetivos ajudam bastante, assim como desmembrá-los em pequenas etapas para que fiquem menores e mais administráveis. Quando eu estava realmente deprimida, meu único objetivo no dia era sair de casa para comprar leite, ou qualquer coisa do tipo. Se eu conseguisse alcançar esse objetivo, eu teria alcançado algo naquele dia.
Resiliência (encontre maneiras de reagir e continuar). Você sabia que algumas pessoas de fato crescem com experiências traumáticas? Chamado de “crescimento pós-traumático”, isso está diretamente ligado à maneira como a pessoa está condicionada a lidar com estresse. Usando a terapia cognitiva comportamental (TCC), do sistema de saúde, trabalhei para me “re-condicionar”. No entanto, nem todas as terapias funcionam para todas as pessoas, assim como os terapeutas. Se a TCC não funcionar para você, existem muitas outras terapias que você pode tentar e se não gostar do terapeuta, pode ser simplesmente uma questão de personalidade, então busque um novo. Uma receita médica para antidepressivos também pode ajudar, principalmente no curto prazo, enquanto você aguarda que os benefícios das outras estratégias façam efeito.
Emoções positivas (cultive sentimentos construtivos). A TCC pode ajudar bastante nisso, já que ajuda a focar mais no positivo e a perceber que muitas das coisas que imaginamos serem bastante negativas, no final, não têm tanta importância. Outra maneira de treinar seu cérebro é escrever diariamente uma lista de gratidão, com três boas coisas que aconteceram antes de deitar-se, e ler novamente na manhã seguinte.
Aceitação (esteja bem consigo mesmo). Entendi que é muito importante me aceitar como sou, e parar de me comparar com o que as outras pessoas aparentam. Nós todos temos nossas próprias forças, e foi importante para mim compreender o que eu tenho a oferecer. Se você quiser descobrir quais são as suas qualidades e pontos fortes, o questionário do VIA Institue pode ajudar — para mim foi muito útil.
Propósito (seja parte de algo maior). Acho que é muito importante encontrar algum significado e propósito na vida. Perguntei a mim mesma as questões: “No que acredito?” (minhas respostas foram algo como honestidade, amor e gentileza); “O que eu tenho para oferecer ao mundo?” (o questionário sobre pontos fortes me ajudou com isso: descobri que sou brincalhona, criativa e entendo um pouco sobre superar a depressão). E então decidi ser parte de algo maior, usando essas habilidades em meu trabalho. Claro que não precisa ser um trabalho, pode ser um hobby, ou um tempo de retiro individual para conectar-se com o mundo maior… mas encontrei algo nessa área que realmente me ajuda a ter um sentimento de propósito e alegria de estar viva.
Além de tudo isso, sugiro esses livros para ajudar na superação da depressão:
“The Mindful Way Through Depression”, Mark Williams
Lucy Roberts trabalha no movimento Ação para Felicidade (na Inglaterra) desde dezembro de 2011. Ela cuida dos grupos locais e ajuda as pessoas a organizarem o curso de oito semanas.
Publicado originalmente em 06/01/2015, no site Action for Happiness.
Imagem no topo: Brocken Inaglory, Wikimedia Commons/CC.
O texto a seguir é um trecho do livro "A Force For Good", escrito por Daniel Goleman, sob a orientação do Dalai Lama.
— “Qual é a fonte da felicidade?”, um estudante da Universidade de Princeton perguntou ao Dalai Lama.
Olhando os estudantes em volta aguardando a resposta, o Dalai Lama parou alguns momentos e, então, provocou: “Dinheiro!”.
Esperou mais um pouco e: “Sexo!”.
Depois: “Boate!”.
Sua piada demoliu o auditório.
Então ele continuou, dizendo que quando vemos o mundo através de uma lente materialista, consideramos tais estímulos sensoriais como sendo fontes de satisfação ou alegria. Mas, acrescentou, focar-se apenas no prazer dos sentidos nos deixa eternamente insatisfeitos, porque tais prazeres duram pouco.
Quando encontrei o Dalai Lama na Itália para este livro, ele tinha acabado de ser convidado para uma conferência sobre a natureza da felicidade pelo lorde Richard Layard, a quem minha esposa e eu visitamos na semana seguinte em seu escritório na London School of Economics.
O objetivo da vida, Layard nos disse, deve ser criar o máximo possível de felicidade e o mínimo possível de sofrimento no mundo à nossa volta.
Layard e seus aliados buscaram lançar um movimento social baseado nessa ideia, para oferecer uma alternativa à predominante obsessão por enriquecimento financeiro. Eles querem disseminar uma visão melhor sobre o que é uma vida feliz e satisfatória.
Richard Layard, co-fundador da Ação para Felicidade, com o líder tibetano.
Assim começou a Ação para Felicidade (Action for Happiness, no exterior), um movimento secular que engloba muitas das maneiras que a religião usa para dar às pessoas uma âncora ética e emocional — ensinando como se engajar na vida, com um propósito, tratando bem os outros — mas de modo a atrair também pessoas que não se interessam por religião. Como um sinal de sua aprovação, o Dalai Lama aceitou ser o “patrono” do movimento.
Ao se juntar à Ação para Felicidade, as pessoas assumem o compromisso: “Tentarei criar mais felicidade e menos infelicidade no mundo ao redor”. Isso significa realizar ações que aumentam o próprio bem-estar, mas também criam mais felicidade nas vizinhanças, ambientes de trabalho, escolas e comunidades, diz Mark Williamson, diretor do movimento.
O número de membros da Ação para Felicidade chega às dezenas de milhares pelo mundo, e 60% estão em países bem longe da Inglaterra, mas “a magia está nos pequenos grupos cara-a-cara“, conta Williamson. O modelo parece um pouco com o dos alcóolicos anônimos, em que qualquer pessoa está qualificada para iniciar um grupo local, onde as pessoas se encontram regularmente em torno de um formato fixo.
Cada encontro começa com alguns minutos de atenção plena e expressões de gratidão, com o tópico da discussão sendo o coração da sessão. Os encontros terminam com as pessoas escolhendo alguma ação para realizar, por exemplo: ajudar alguém em dificuldade ou se conectar a uma pessoa solitária. Um grupo iniciou um Café da Felicidade, onde pessoas com objetivos similares se reunem para compartilhar ideias sobre como criar uma vizinhança mais feliz e que dê mais apoio.
Participantes do curso, em Londres.
Durante o curso “Explorar o que realmente importa”, o principal programa do movimento, grupos se encontram por oito semanas, com cada sessão focada em uma grande questão para discussão. Eles começam com a pergunta “o que realmente importa na vida?”, e depois “o que realmente nos faz feliz?” — seguidas por sessões sobre como lidar com adversidades, ter bons relacionamentos, se preocupar e cuidar dos outros, criar ambientes de trabalho e vizinhanças mais felizes. Eles terminam com: “Como criar um mundo mais feliz?”.
Essa progressão a partir do senso de sentido e felicidade pessoais, até a compaixão altruísta, geralmente leva as pessoas a encontrar maneiras de ajudar os outros. Por exemplo, Jasmine Hodge-Lake chegou à Ação para Felicidade devido à sua dor crônica. Problemas de saúde crônicos e profundos criaram uma mistura tóxica de sofrimento que levou sua vida para um beco sem saída.
Incapaz de trabalhar, e tendo estado em dor constante por mais de uma década, ela passava seus dias em desespero. Um curso para lidar com a dor, que não trouxe nenhum alívio, a fez sentir-se ainda mais impotente, lançando-a fundo na depressão. “No final, senti: não tenho mais esperança”, diz Jasmine. “Essa é a minha vida: uma não-vida”.
Para piorar, ela se sentia isolada. “Eu não queria ficar no meio de pessoas. Pensava que ninguém realmente se importava comigo”, lembra ela.
Por acaso, ela se deparou com o website do movimento, que inclui uma lista simples das “10 chaves para uma vida mais feliz” — uma delas, por exemplo, é se conectar mais a pessoas. Para Jasmine, essa lista trouxe a compreensão de que havia coisas práticas que ela podia fazer para se tornar mais feliz. Então, entrou no curso de oito semanas.
A primeira “lâmpada que acendeu” foi durante a reprodução de uma palestra de Jon Kabat-Zinn sobre atenção plena. Ela viu que poderia mudar sua relação com a dor: aceitá-la em vez de lutar contra. Essa mudança interna diminuiu sua aflição emocional, mesmo que a sensação física de dor tenha continuado.
Outra lâmpada brilhou durante a semana sobre o tema “O que faz um trabalho ser significativo e satisfatório?”. Jasmine, dando-se conta que havia perdido a paixão por praticamente tudo, decidiu trabalhar com outras pessoas sofrendo com dor crônica, para ver como ela poderia ajudá-los.
“Eu ainda estava bem deprimida, mas comecei a fazer mais coisas”, conta Jasmine. “Foi incrível como as ferramentas que a Ação para Felicidade me deu ajudaram. Descobri que havia coisas úteis que eu podia fazer. Comecei a ter esperança sobre o futuro”.
Com essa mudança interna, ela passou a pensar em como melhorar o apoio a pessoas que vivem com dor crônica. “Compreendi que precisamos de uma nova abordagem: uma que contenha mais esperança e que use algumas das ideias que aprendi na Ação para Felicidade”.
Jasmine hoje informalmente aconselha outras pessoas sofrendo com dor crônica sobre como elas podem ser ajudadas — e ela procura dar esperança a eles. Ela está no processo de se tornar uma “voz paciente” em um novo programa para aprimorar as diretrizes dos cuidados com pacientes no sistema médico britânico. E também está espalhando a ideia da Ação para Felicidade, passando o cartão das “10 chaves para uma vida mais feliz”, e encorajando as pessoas a se envolverem.
“Não estaria aqui agora sem a Ação para Felicidade e aquele curso”, afirma. “Ainda tenho dias ruins e a vida certamente não é perfeita. Mas isso me ajudou tanto! Agora estou tentando ser a mudança que gostaria de ver”.