Amigos em São Paulo

Como disse o Otacílio nesse nosso último encontro em São Paulo, “a gente está reunido aqui para conversar sobre isso [o tema do encontro, que foi resiliência], poderíamos estar conversando sobre qualquer outra coisa [com outras pessoas e em outro lugar], mas não: decidimos nos encontrar aqui e falar sobre isso”.

Isso para mim resume bem esses encontros. Basicamente, somos um grupo de amigos que se reúne periodicamente para falar sobre como podemos fazer do mundo um lugar mais feliz (incluindo para nós mesmos). E, felizmente, estamos sempre fazendo novos amigos, também interessados nisso.

Fazer isso por si só já seria ótimo. Mas sinto-me grato também pelo amplo leque de conhecimento, principalmente científico, disponibilizado no movimento Ação para Felicidade para que possamos embasar nossas conversas e ações. E também por podermos praticar um pouco de atenção plena juntos.

Encontro em Curitiba

Texto publicado originalmente no grupo do Facebook da Ação para Felicidade em Curitiba, pela Sheila Drumond, que ajuda lá na realização dos encontros.

Gostaria de deixar aqui algo sobre o último encontro, que aconteceu no dia 16 de janeiro de 2016! Foi o primeiro encontro do ano! Estivemos em 5 pessoas, sendo que 2 delas vieram no último encontro do ano passado, tiveram contato com a prática da atenção plena e trouxeram excelentes resultados da prática em suas vidas!

De forma geral, relatam que a prática de atenção plena tem um impacto direto na sua felicidade! Por estarem mais presentes com seus familiares, parentes e amigos, conseguem desfrutar melhor das pequenas coisas e dos pequenos detalhes. Um dos participantes relatou um maior rendimento no trabalho também, mais foco e mais produtividade.

Os encontros sempre são muito gostosos! É um compartilhar de ideias e experiências. Num determinado ponto, surgiu de um dos participantes o relato de uma dificuldade em lidar com pessoas tidas como “difíceis”. E o retorno veio de um dos nossos colegas aqui que está bastante engajado no movimento. Trouxe hoje as nossas tarefas desta quinzena, para quem quiser compartilhar destas ações felizes:

– Descubra pontos fortes nas pessoas, especialmente as que tem mais dificuldade de relacionar-se. Ao comentar com esta pessoa que ela tem estas qualidades, o faça de forma enfática. Precisa ser honesto e verdadeiro! Qualquer barreira entre as relações se quebra aí. E nós promovemos um reforço positivo em algo de bom que ela traz, o que modifica também nossa percepção a respeito dela.

– Faça reforços positivos a todas as pessoas que encontrar. Não se trata de fazer apenas um elogio, mas de reforçar algo de positivo e brilhante de alguém que convivemos. As pessoas brilham mais e se apegam mais às coisas que fazem de positivo.

E aí, vamos praticar?

Primeiro encontro do grupo no Rio de Janeiro

Texto publicado originalmente no grupo do Rio no Facebook, pela Patricia Magacho Rodrigues, que está ajudando na realização dos encontros.

Assim começou o grupo Ação para Felicidade – RJ:
…Com um sonho na cabeça: Realizar um trabalho que possa causar um impacto positivo sobre si mesmo, os outros e o mundo.
Acontece que para um trabalho sair bem feito é preciso dedicação, compromisso e amor e, para trazer alegria, precisa estar no coração.
Só que não adianta um sonho estar na cabeça e no coração se não partir para AÇÃO!!!
Então, estão nas nossas mãos As “10 Chaves para uma vida mais feliz”!!!!

maos-dez-chaves

E para finalizar o encontro, assumimos o compromisso de zelar pelas intenções do nosso coração e de plantar lindas sementes com nossos atos, acreditando que nossas ações trarão frutos: FELICIDADE
Patricia Magacho, Roberta Magacho, Graça Caetano, Bia Quadros, João , Daniela Lauria , Graziela Nunes e Milton Machado.

Agradecimento especial ao Dr Alvaro Rodrigues pelo espaço e lanche oferecidos.

Como os encontros funcionam

Os encontros dos grupos realmente funcionam! Mas quem nunca foi pode estar curioso: como?

O movimento Ação para Felicidade pode ser resumido de modo bastante simples: assumimos o compromisso de “tentar criar mais felicidade e menos infelicidade no mundo ao redor”, e divulgamos a importância de cada um se comprometer com valores altruístas desse tipo para o bem-estar geral (nosso e dos outros).

Na prática, contar com a ajuda de outras pessoas para fazer isso acaba sendo essencial. É por isso que incentivamos a formação de grupos locais.

Para exemplificar, vou usar o mais recente encontro que realizamos em São Paulo. O tema apresentado foi a importância das relações pessoais para a felicidade:

  • Por que devemos cultivar relações positivas (tanto as mais íntimas como as de nossa rede mais ampla)?
  • Como fazer isso?

Geralmente usamos as “10 chaves” e as ações relacionadas como material-base para essas explicações.

Coração dos encontros

Depois, vêm a parte que podemos chamar de o coração dos encontros: discutir nossas experiências pessoais em trios. Abrimos com cada um contando como foi a experiência de tentar realizar a ação que nos comprometemos no último encontro.

Por exemplo, eu havia me comprometido a usar a internet de modo mais eficaz, me focando apenas no trabalho necessário, evitando distrações — isso está ligado a uma ação ainda não traduzida aqui: desplugar-se dos eletrônicos (alguns estudos mostram que fazer isso por alguns dias eleva bastante o nível de bem-estar). Bom, foi um fracasso mais ou menos retumbante. Mas pelo menos permaneci consciente da falha…

Podemos ter nos saído bem ou não, entretanto compartilhar é a chave — isso acaba tendo um papel central no processo, junto com o apoio recebido e dado às outras pessoas.

Então, discutimos o tema apresentado e, ao final, cada um se compromete a tentar realizar alguma ação — pequenina ou grande — nesse sentido (ou permanece com a ação do último encontro, se preferir).

Como somos seres sociais, socializar dessa maneira nossa experiência de vida tem um impacto profundo sobre nossas atitudes — e se isso for feito entre pessoas com o mesmo ideal, tudo flui melhor. Assim, tentar realizar as ações que nos propusemos se torna algo agradável até. E ganhamos em eficiência também.

Atenção plena

O cultivo da atenção plena é outro componente-chave do processo. Pois, para citar apenas um dos benefícios dessa habilidade, se não estivermos bem conscientes sobre nossos sentimentos, pensamentos e o que está acontecendo ao redor, todo o esforço de realizar alguma mudança positiva pode ir por água abaixo — ficamos apenas reagindo a impulsos. Ou se não terminarmos completamente auto-sabotados, no mínimo — sem atenção suficiente — a eficácia será seriamente comprometida.

Por isso, no início e final de cada encontro, treinamos a atenção plena por alguns minutos, sempre usando o compromisso de tentar criar felicidade como a motivação e o contexto para tudo o que for se desenrolar.

Sobre nosso compromisso

Em alguns encontros do grupo local em São Paulo (capital), surgiram dúvidas sobre o compromisso de nosso movimento: tentar criar mais felicidade e menos infelicidade no mundo ao redor.

— Isso não é algo muito difícil, para não dizer impossível?

Não muito, porque o compromisso se refere a “tentar…”. É uma direção para onde apontamos nossas atitudes. Não se trata de ficarmos conferindo se, efetivamente, estamos criando felicidade ou não. Se pudermos aumentar a felicidade, ótimo, mas nosso compromisso se refere mais a uma intenção, e é isso que importa. Refere-se à motivação por trás de nossos atos e palavras.

Tanto que muitas vezes pode acontecer de ao tentar ajudar, acabamos atrapalhando ou criando incômodo… Mas se a motivação e intenção forem positivas, não há do que se arrepender. Pelo contrário: aprendemos com a situação e continuamos nessa direção.

Mundo ao redor

Aproveitando, o final do compromisso “… no mundo ao redor”, igualmente, pode se revelar mais complexo do que parece. Em uma leitura rápida, pode ser facilmente confundido. Alguém poderia pensar:

— OK, gostei! Vou fazer isso. Vou me concentrar em tentar criar mais felicidade e menos infelicidade para mim.

Não, não é isso! Não é apenas para você. É para as pessoas (ou seres) ao seu redor também.

junte-seNa verdade, essa é a chave do compromisso: porque tentar criar mais felicidade e menos infelicidade para nós mesmos, isso é o que todos já fazemos. Não é preciso nenhum compromisso nesse sentido.

Uma das ideias centrais de nosso movimento é que para se chegar a uma maior satisfação e bem-estar precisamos, justamente, aliviar um pouco a obsessão com nós mesmos e sermos mais altruístas. Assim, podemos chegar a uma maior felicidade e menor sofrimento para todos, incluindo a nós mesmos.

Ação para Felicidade: sumário prático

Este texto é um sumário rápido da abordagem que o movimento Ação para Felicidade oferece para termos mais satisfação e bem-estar na vida, ao mesmo tempo em que contribuímos para a criação de uma sociedade mais feliz e humana.

1. Compromisso

Tudo começa com o compromisso de tentarmos criar mais felicidade e menos infelicidade ao redor (note o “tentarmos”: a intenção é o que conta). Basicamente isso é o que todos queremos: felicidade e não sofrimento. Então, por que não trabalhar por isso? Mas o objetivo não é beneficiar apenas a nós mesmos: para isso não é preciso nenhum compromisso, é o que já fazemos — e não está dando muito certo.

Ao perseguir exclusivamente o próprio prazer, de modo egoísta, acabamos criando sofrimento ao redor (e, no final, para nós mesmos). A perspectiva altruísta pode ser mais eficaz, coisa que estudos científicos já demonstraram.

Esse compromisso de tentarmos criar felicidade e menos infelicidade ao redor é a base e o único requerimento para se fazer parte do movimento. No entanto, apenas preencher o formulário online provavelmente não será suficiente. Esquecemos facilmente. E mesmo se lembrarmos, como exatamente faremos isso?

2. 10 chaves

Sugerimos como base para a implementação desse compromisso as “10 chaves para uma vida mais feliz”. Esse título parece o daqueles livros da $eção de auto-ajuda das livrarias. Mas não se engane com a primeira impressão: trata-se de conhecimento advindo de pesquisas científicas, e não temos nenhum interesse financeiro ao divulgar essas informações.

Cada uma das “10 chaves” está explicada de maneira extensa e detalhada. Contudo, sobre coisas mais práticas também temos diversas sugestões…

3. Ações

As ações sugeridas se baseiam direta ou indiretamente nas “10 chaves”. Elas também podem parecer mera auto-ajuda, mas a mesma diferença fundamental se aplica: há embasamento científico sólido e ninguém está ganhando dinheiro com isso.

Escolha uma dessas ações e experimente. Há uma chance bastante significativa de uma mudança positiva começar a emergir. O grande obstáculo é: por um motivo ou outro, no final não praticamos. Ou nos contentamos em apenas ler, pensando que não precisamos chegar a fazer isso e aquilo; ou nos sentimos envergonhados, desajeitados etc. E se fazemos, logo largamos, mesmo após bons resultados. Precisamos de um reforço…

4. Grupo de apoio

Ao se juntar a um grupo local, fazer tudo isso fica mais fácil. Estímulos positivos vêm de todos os lados, tornando a prática eficaz. Por exemplo:

  • Nosso compromisso agora tem testemunhas, a quem podemos tanto dar quanto receber apoio.
  • Ao discutirmos como estamos tentando realizar alguma ação, isso cria um reforço parecido com o de estudar em grupo: sair-se bem na prova se torna algo mais provável, fácil e divertido até.
  • Estar junto com pessoas com o mesmo ideal é outro fator que facilita bastante o processo. Não estamos sozinhos contra a corrente.
  • As reuniões trazem a sensação nítida de que somos um movimento vivo, feito de pessoas que influenciam outras pessoas: não se trata apenas de informações na internet.

5. Propagação

Ao fazermos tudo isso, certamente haverá um efeito no mundo (e, claro, em nós mesmos). Nossas ações — muito mais do que nossas opiniões — afetam direta ou indiretamente as pessoas com quem convivemos.

E podemos ainda ir além, espalhando essas ideias e atitudes — não necessariamente em relação ao movimento Ação para Felicidade, mas sobre a importância de um compromisso pessoal com valores humanos como o altruísmo, e de trabalharmos todos pela criação de uma sociedade mais humana.

Imagem no topo: popofatticus, Flickr/CC.

Da felicidade pessoal em direção à compaixão

O texto a seguir é um trecho do livro "A Force For Good", escrito por Daniel Goleman, sob a orientação do Dalai Lama.

— “Qual é a fonte da felicidade?”, um estudante da Universidade de Princeton perguntou ao Dalai Lama.

Olhando os estudantes em volta aguardando a resposta, o Dalai Lama parou alguns momentos e, então, provocou: “Dinheiro!”.

Esperou mais um pouco e: “Sexo!”.

Depois: “Boate!”.

Sua piada demoliu o auditório.

Então ele continuou, dizendo que quando vemos o mundo através de uma lente materialista, consideramos tais estímulos sensoriais como sendo fontes de satisfação ou alegria. Mas, acrescentou, focar-se apenas no prazer dos sentidos nos deixa eternamente insatisfeitos, porque tais prazeres duram pouco.

Quando encontrei o Dalai Lama na Itália para este livro, ele tinha acabado de ser convidado para uma conferência sobre a natureza da felicidade pelo lorde Richard Layard, a quem minha esposa e eu visitamos na semana seguinte em seu escritório na London School of Economics.

O objetivo da vida, Layard nos disse, deve ser criar o máximo possível de felicidade e o mínimo possível de sofrimento no mundo à nossa volta.

Layard e seus aliados buscaram lançar um movimento social baseado nessa ideia, para oferecer uma alternativa à predominante obsessão por enriquecimento financeiro. Eles querem disseminar uma visão melhor sobre o que é uma vida feliz e satisfatória.

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Richard Layard, co-fundador da Ação para Felicidade, com o líder tibetano.

Assim começou a Ação para Felicidade (Action for Happiness, no exterior), um movimento secular que engloba muitas das maneiras que a religião usa para dar às pessoas uma âncora ética e emocional — ensinando como se engajar na vida, com um propósito, tratando bem os outros — mas de modo a atrair também pessoas que não se interessam por religião. Como um sinal de sua aprovação, o Dalai Lama aceitou ser o “patrono” do movimento.

junte-seAo se juntar à Ação para Felicidade, as pessoas assumem o compromisso: “Tentarei criar mais felicidade e menos infelicidade no mundo ao redor”. Isso significa realizar ações que aumentam o próprio bem-estar, mas também criam mais felicidade nas vizinhanças, ambientes de trabalho, escolas e comunidades, diz Mark Williamson, diretor do movimento.

O número de membros da Ação para Felicidade chega às dezenas de milhares pelo mundo, e 60% estão em países bem longe da Inglaterra, mas “a magia está nos pequenos grupos cara-a-cara“, conta Williamson. O modelo parece um pouco com o dos alcóolicos anônimos, em que qualquer pessoa está qualificada para iniciar um grupo local, onde as pessoas se encontram regularmente em torno de um formato fixo.

Cada encontro começa com alguns minutos de atenção plena e expressões de gratidão, com o tópico da discussão sendo o coração da sessão. Os encontros terminam com as pessoas escolhendo alguma ação para realizar, por exemplo: ajudar alguém em dificuldade ou se conectar a uma pessoa solitária. Um grupo iniciou um Café da Felicidade, onde pessoas com objetivos similares se reunem para compartilhar ideias sobre como criar uma vizinhança mais feliz e que dê mais apoio.

Participantes do curso, em Londres.
Participantes do curso, em Londres.

Durante o curso “Explorar o que realmente importa”, o principal programa do movimento, grupos se encontram por oito semanas, com cada sessão focada em uma grande questão para discussão. Eles começam com a pergunta “o que realmente importa na vida?”, e depois “o que realmente nos faz feliz?” — seguidas por sessões sobre como lidar com adversidades, ter bons relacionamentos, se preocupar e cuidar dos outros, criar ambientes de trabalho e vizinhanças mais felizes. Eles terminam com: “Como criar um mundo mais feliz?”.

Essa progressão a partir do senso de sentido e felicidade pessoais, até a compaixão altruísta, geralmente leva as pessoas a encontrar maneiras de ajudar os outros. Por exemplo, Jasmine Hodge-Lake chegou à Ação para Felicidade devido à sua dor crônica. Problemas de saúde crônicos e profundos criaram uma mistura tóxica de sofrimento que levou sua vida para um beco sem saída.

Incapaz de trabalhar, e tendo estado em dor constante por mais de uma década, ela passava seus dias em desespero. Um curso para lidar com a dor, que não trouxe nenhum alívio, a fez sentir-se ainda mais impotente, lançando-a fundo na depressão. “No final, senti: não tenho mais esperança”, diz Jasmine. “Essa é a minha vida: uma não-vida”.

Para piorar, ela se sentia isolada. “Eu não queria ficar no meio de pessoas. Pensava que ninguém realmente se importava comigo”, lembra ela.

Por acaso, ela se deparou com o website do movimento, que inclui uma lista simples das “10 chaves para uma vida mais feliz” — uma delas, por exemplo, é se conectar mais a pessoas. Para Jasmine, essa lista trouxe a compreensão de que havia coisas práticas que ela podia fazer para se tornar mais feliz. Então, entrou no curso de oito semanas.

A primeira “lâmpada que acendeu” foi durante a reprodução de uma palestra de Jon Kabat-Zinn sobre atenção plena. Ela viu que poderia mudar sua relação com a dor: aceitá-la em vez de lutar contra. Essa mudança interna diminuiu sua aflição emocional, mesmo que a sensação física de dor tenha continuado.

Outra lâmpada brilhou durante a semana sobre o tema “O que faz um trabalho ser significativo e satisfatório?”. Jasmine, dando-se conta que havia perdido a paixão por praticamente tudo, decidiu trabalhar com outras pessoas sofrendo com dor crônica, para ver como ela poderia ajudá-los.

“Eu ainda estava bem deprimida, mas comecei a fazer mais coisas”, conta Jasmine. “Foi incrível como as ferramentas que a Ação para Felicidade me deu ajudaram. Descobri que havia coisas úteis que eu podia fazer. Comecei a ter esperança sobre o futuro”.

Com essa mudança interna, ela passou a pensar em como melhorar o apoio a pessoas que vivem com dor crônica. “Compreendi que precisamos de uma nova abordagem: uma que contenha mais esperança e que use algumas das ideias que aprendi na Ação para Felicidade”.

Jasmine hoje informalmente aconselha outras pessoas sofrendo com dor crônica sobre como elas podem ser ajudadas — e ela procura dar esperança a eles. Ela está no processo de se tornar uma “voz paciente” em um novo programa para aprimorar as diretrizes dos cuidados com pacientes no sistema médico britânico. E também está espalhando a ideia da Ação para Felicidade, passando o cartão das “10 chaves para uma vida mais feliz”, e encorajando as pessoas a se envolverem.

“Não estaria aqui agora sem a Ação para Felicidade e aquele curso”, afirma. “Ainda tenho dias ruins e a vida certamente não é perfeita. Mas isso me ajudou tanto! Agora estou tentando ser a mudança que gostaria de ver”.

Imagem no topo: Fountain Posters, Wikimedia Commons/CC.

Encontro do grupo em São Paulo

Foi com alegria que pudemos realizar o primeiro encontro do grupo de Ação para Felicidade em São Paulo, no último sábado 7 no Butantã. Reunimos apenas sete pessoas e, dessas, apenas duas eu não conhecia. Mas por isso mesmo foi ótimo!

Fizemos em um espaço parecido com uma sala de aula, mas o clima era o da sala de casa, quando reunimos alguns amigos para conversar mais focadamente sobre algum assunto.

Como foi o primeiro, falamos bastante sobre o que é o movimento, o compromisso de tentarmos criar mais felicidade e menos infelicidade etc. Fiquei surpreso com a sintonia de nossas aspirações, como se apenas estivéssemos deixando outros expressarem o que já estávamos pensando.

Todos falaram, meditaram, perguntaram, deram apoio… E tivemos até petiscos no final, que o Alexandre fez a gentileza de trazer. Resumindo, foi um ótimo tempo juntos!

Isso é algo muito diferente de nosso “ativismo de internet”, em que escaneamos rapidamente alguns títulos e imagens, e saímos clicando em Curtir e Compartilhar — concordamos sobre isso também. Obviamente que a rede proporciona oportunidades incríveis — afinal, o pontapé inicial foi todo online. Mas encontrar cara-a-cara, olho no olho, pessoas amigas com o mesmo ideal, compartilhar ideias, ânimo, interesse e apoio. Estar ali com todo nosso corpo e mente. Ter separado um tempo, acordado cedo num sábado chuvoso, com o plano em mente toda a semana — é outra história!

É por essas e outras que recomendo de todo coração: quem puder, vá nos encontros. A internet é ótima, mas sem encontros de verdade, não vai fazer a diferença!

E se não houver um grupo por perto, crie um! Não é tão difícil achar pessoas que estejam buscando significado e sentido. Você pode criar um grupo simplesmente reunindo quatro ou cinco vizinhos! (falando nisso, já já um novo grupo, na região central de São Paulo, está surgindo…)

Grupos pequenos

Foi um primeiro encontro auspicioso por sair exatamente como o modelo para esses grupos: coisa pequena, intimista, onde todos podem se expressar, em clima de amizade.

Há dois tipos de grupos que são bem similares aos nossos: alcóolicos anônimos e grupos religiosos que não têm igreja, mas se encontram em casa. Obviamente, não somos religiosos, mas temos várias características em comum:

  • cada grupo é autônomo, em um modelo descentralizado, em que qualquer pessoa pode criar um
  • reuniões pequenas, intimistas
  • não é preciso uma sede, podemos nos encontrar em casa
  • ênfase na discussão, em que todos participam e contribuem
  • o grupo dá suporte à nossa atitude com a vida

Claro que não necessariamente um grupo precisa ser pequeno, mas isso certamente deixa as coisas mais fáceis.

Apesar de sermos um movimento não-religioso, talvez não seja coincidência essa similaridade com grupos “grassroots” de viés espiritual. Com a crescente secularização da sociedade, muita da socialização em um contexto do tipo “sentido da vida”, que a religião vinha monopolizando, se perdeu. E grupos como os nossos certamente preenchem esse tipo de lacuna.

Na verdade, os grupos são a espinha dorsal do movimento. O material que disponibilizamos no site e compartilhamos no Facebook, nos grupos online etc, o próprio compromisso para fazer parte do movimento, isso tudo é só um apoio para os encontros.

Como diz Mark Williamson, diretor do movimento na Inglaterra:

— “As pessoas geralmente chegam a partir de uma posição do tipo ‘algo está faltando em minha vida’. Mas elas com frequência têm o pensamento ‘Isso me fez querer ajudar mais os outros’, e ser parte de algo maior que elas mesmas se revela como uma opção bem boa para se buscar a felicidade. Se você está tentando apenas você mesmo, lendo o último livro de auto-ajuda em seu quarto, isso não vai ajudar muito” (Can a course teach you to be happy in 8 weeks?).

Richard Layard, um dos fundadores do movimento, também diz:

— “Temos professores inspiradores como o Dalai Lama, mas seres humanos frágeis precisam de encontros regulares com pessoas com as mesmas ideias para elevar e inspirar suas vidas diárias. É assim que as igrejas têm atuado — não é fácil conduzir uma vida adequada em isolamento. Quase todos nós precisamos nos encontrar regularmente com os outros para discutir e afirmar nosso compromisso.” (Precisamos de um movimento para promover a ética secular)

Criação de grupo em Curitiba

Há pessoas interessadas em criar um grupo local Ação para Felicidade, em Curitiba (PR), e estão buscando mais interessados para participar. O local exato ainda será definido. Pessoa responsável: Carlos Cavalheiro.

Se tiver interesse, indo pessoalmente aos encontros, mencione nos comentários abaixo, ou envie mensagem pelo formulário de contato.

Ao divulgar isso por email, sites sociais etc, passe o endereço deste post (o mesmo da barra de endereços):

Criação de grupo em Curitiba

Para saber mais, leia sobre os grupos locais Ação para Felicidade.

Criação de grupo em Belo Horizonte

Há pessoas interessadas em criar um grupo local Ação para Felicidade, em Belo Horizonte (MG), e estão buscando mais interessados para participar. O local exato ainda será definido. Pessoas responsáveis: Renata Livramento e Adilson Luiz.

Se tiver interesse, indo pessoalmente aos encontros, entre no seguinte grupo do Facebook:

Ação para Felicidade – BH

Para saber mais, leia sobre os grupos locais Ação para Felicidade.