<< anterior | Ação 14 | próxima >>
Às vezes alguém que conhecemos está passando por tempos difíceis. Deixá-la saber que estamos ali a disposição pode fazer toda a diferença, ajudando-a a superar os problemas. Aqui estão algumas coisas que você pode tentar.
Por que fazer isso?
Conectar-se com pessoas é vital para a felicidade, e dar apoio aos outros é essencial para criarmos comunidades felizes. Quando estamos pra baixo ou enfrentando uma fase difícil na vida (que todos passamos de vez em quando), é fácil sentir-se sozinho. E pode ser difícil pedir apoio e ajuda, mesmo de pessoas que conhecemos bem.
Então, quando pudermos ver que um amigo, membro da família ou alguém que conhecemos na nossa vizinhança está passando por um período difícil, ao estendermos a mão a ela, mesmo que a ajuda seja pequena, pode ter um impacto em ajudá-la a enxergar uma luz no fim do túnel.
A compaixão por aqueles que estão em dificuldade é algo essencial para a felicidade e faz comunidades e sociedades florescerem. É uma emoção humana básica definida como o reconhecimento do sofrimento de outra pessoa e a vontade de tomar uma atitude para parar ou reduzir essa dor [1][2].
Já que são parte fundamental da natureza humana, atos de compaixão não requerem expectativa alguma de recompensa. Contudo, oferecer apoio aos outros significa que eles estarão mais propensos a nos oferecer apoio quando nós precisarmos de ajuda. Fazer as coisas pelos outros gera emoções positivas tanto para quem está fazendo, quanto para quem está recebendo.
Por onde começar?
1. Sintonize-se com o que eles estão sentindo
Saber o que fazer para ajudar um amigo que precisa de apoio começa com sintonizar-se com ele e com a situação, e ver o que você é capaz de fazer. Isso soa mais complexo do que realmente é. Compaixão é uma resposta natural, mas é melhor quando acontece com um pouco de sensibilidade. Se você planeja algo e não tem certeza se isso será bem recebido, por que não conta o que você gostaria de fazer por ele e pergunta se isso seria útil? Lembre-se que não precisa ser uma grande coisa, pequenos gestos podem ser tão valiosos quanto.
2. Estenda a mão para ajudá-los
- Esteja lá por eles e realmente escute o que estão dizendo
- Faça algo para iluminar o dia deles e ajude-os a se sentirem mais positivos – por exemplo, traga algumas flores ou plantas, faça um bolo, envie um link para algum texto ou site que você acha que ele poderá achar divertido
- Diminua a pressão – encontre uma maneira de ajudá-los ou dar algum espaço a eles. Por exemplo, cuide das crianças deles por uma tarde ou faça algumas de suas tarefas
- Faça-os ativos – incentive emoções positivas, levando-os para fazer algum tipo de atividade física, idealmente fora do ambiente deles e com outras pessoas. Por que não os convidar para uma caminhada, uma corrida, uma aula de dança ou de exercícios ou para praticar algum esporte?
- Pegue leve com eles – não aumente a pressão esperando que eles sejam tão vibrantes ou sociais quanto normalmente são
- Ajude-os a enxergar e usar suas forças, ao invés de ficar sob o peso de suas fraquezas
- Ajude-os a ver seus problemas de forma diferente e a não serem tão duros com eles mesmos. Mas lembre-se de ser realmente sensível com isso – é provável que o que eles mais precisem é de alguém para escutá-los, mais do que para aconselhar
- Mantenha contato – simplesmente ligando ou estando por perto, para ver como eles estão e se precisam de algo — isso pode fazer uma grande diferença. Vai ajudá-los a perceber que você está lá por eles. Especialmente se você fizer isso de pouco em pouco tempo ou uma vez por semana, até que eles superem as dificuldades
Se eles estiverem realmente em dificuldades…
Se a pessoa estiver realmente lutando para lidar com a situação, ela pode precisar de apoio profissional. Por exemplo, se estiver muito pra baixo por causa de um problema, em um círculo vicioso ou espiral descendente, mas não se sente capaz de tomar alguma atitude para lidar com a questão.
Enquanto amigos e família podem oferecer bom conforto e um ombro amigo, às vezes uma abordagem profissional é necessária para chegar à causa-raiz verdadeira e ajudar a pessoa a encontrar um caminho. Pode ser que ela não saiba como seguir em frente — ou que exista algum problema subjacente que precise ser tratado.
Isso é complicado, pois por mais que sentimos que alguém se beneficiaria de ajuda profissional, a pessoa precisa estar receptiva para aceitar essa ajuda. Portanto, isso pode significar apenas nos certificarmos de que ela saiba onde encontrar ajuda profissional, se e quando estiver pronta. Um bom lugar para começar é com seu médico de confiança.
Em alguns casos, pode ser que o problema seja potencialmente muito grave ou até mesmo fatal, caso em que uma ajuda urgente será necessária. Mais uma vez, coloque a pessoa em contato com seu médico (e até mesmo vá com ela, se necessário) e solicite uma consulta de imediato, ou chame por ajuda emergencial, ligando para os telefones 192 (ambulância) ou 193 (bombeiros), ou para o CVV (Centro de Valorização da Vida).
Leia o texto “Precisa de ajuda?” para mais informações.
<< anterior | Ação 14 | próxima >>
Imagem no topo: Damian Gadal, Flickr/CC.
Referências [1] Valliant, G. (2008).Spiritual Evolution: How we are wired for faith, hope and love. NY: Broadway Books [2] Goetz, J.L., Keltner, D. & Simon-Thomas, E. (2010). Compassion: An evolutionary analysis and empirical review.Psychological Bulletin, 136, 351-374.