- Pesquisas na Inglaterra e Estados Unidos mostram que as pessoas não são mais felizes hoje do que eram nos anos 50, apesar do crescimento econômico massivo.
- Algumas sociedades são bem mais felizes que outras. Por exemplo, se a Inglaterra fosse tão feliz quanto a Dinamarca, o país teria 2,5 milhões de pessoas infelizes a menos, e 5 milhões de pessoas felizes a mais.
- Confiança é um fator determinante para a felicidade em uma sociedade. Os níveis de confiança variam amplamente entre os países. O percentual de pessoas que dizem “pode-se confiar na maioria das pessoas” é de apenas 30% na Inglaterra e Estados Unidos — há 40 anos era 60%. Mas na Escandinávia o nível ainda é superior a 60%, estando entre os países mais felizes.
- Estabilidade econômica têm um alto impacto na felicidade de uma sociedade, enquanto que crescimento econômico a longo prazo afeta pouco. Desemprego reduz a felicidade tanto quanto luto.
- A felicidade pode ser alterada de um modo contínuo. Pesquisas indicam que para muitas pessoas longos períodos de infelicidade são seguidos de longos períodos de felicidade.
- O fator externo mais importante para a felicidade individual são relações humanas. Em todas as sociedades, o mais importante se refere à família e outras ligações próximas, seguido de trabalho e comunidade local. O fator interno mais importante é saúde mental. Por exemplo, tomando como base pessoas de 34 anos, sua saúde mental responde por sua felicidade quatro vezes mais do que sua renda.
- A sensação subjetiva de felicidade que as pessoas reportam mostram equivalência a medições objetivas de atividade cerebral. Também se correlacionam com o que um amigo diz sobre a pessoa (por exemplo, se alguém diz que está infeliz, ao ser questionado, um amigo informa a mesma coisa), com situações óbvias de infelicidade (por ex., alguém que perdeu o emprego, diz estar infeliz) e com comportamento (ex., alguém que diz estar infeliz no casamento, se divorcia).
- Fazer o bem é uma das melhores maneiras de se sentir bem. Pessoas que se importam mais com os outros são mais felizes que as que se importam menos. Quando pessoas fazem o bem, seus cérebros se tornam ativos no mesmo centro de recompensa responsável por outras sensações de satisfação.
- Empatia faz parte de nossa natureza. Se um amigo sofre um choque elétrico, isso machuca exatamente na mesma região do cérebro como se você mesmo sofresse o choque.
- Receber pagamento diminui a satisfação da doação. Por exemplo, quando pessoas são divididas em dois grupos, um recebendo pagamento para doar sangue e outro não, mais pessoas entre os não-pagos decidem doar.
- Pesquisas demonstraram que dar dinheiro tende a fazer as pessoas mais felizes do que gastá-lo consigo mesmo.
- O número de estudantes nos EUA que consideram essencial construir uma filosofia de vida significativa caiu de 65% nos anos 60 para 45% hoje.
- Pesquisas de saúde mental em diversos países não mostram nenhuma melhoria nas últimas décadas e, em alguns casos, houve piora. Na Inglaterra, o número de adolescentes com problemas emocionais ou de comportamento duplicou desde os anos 70.
- Novas terapias psicológicas, como a cognitiva comportamental, podem transformar vidas. Em quatro meses, metade das pessoas sofrendo com depressão clínica ou ansiedade crônica voltam à normalidade.
- Pessoas que passam por um curso de meditação em atenção plena de oito sessões serão 20% mais felizes após um mês, e terão um sistema imunológico mais forte. Tal treino leva a mudanças estruturais no cérebro, incluindo aumento de densidade no hipocampo (área ligada ao aprendizado e memória) e em estruturas relacionadas à autoconsciência, compaixão e introspecção.
- Em um experimento, pessoas com visão positiva se contaminavam menos ao serem expostas a um vírus de gripe.
- Nossa felicidade influencia as pessoas que conhecemos e as pessoas que elas conhecem. Estudos demonstram que a felicidade de um conhecido próximo aumenta nossa chance de ser feliz em 15%. A de um contato de segundo grau (por exemplo, um amigo do marido), aumenta nossa chance em 10%. E a de um contato de terceiro grau, aumenta em 6%.
- A maioria das pessoas imagina que se tiverem sucesso, serão felizes. Mas descobertas recentes da psicologia e neurociência mostram que isso é uma inversão do que de fato acontece: a felicidade é um combustível do sucesso e não o contrário. Quando estamos positivos, nossos cérebros estão mais motivados, engajados, criativos, enérgicos, resilientes e produtivos.
- Emoções positivas como amor, cuidado, confiança e gratidão são boas não apenas no momento. Elas afetam nosso bem-estar a longo prazo. Pesquisas apontam que vivenciar emoções positivas em uma proporção de 3 para 1, em relação a negativas, leva a um ponto crítico em que naturalmente nos tornamos mais resilientes a adversidades e mais capazes de realizar metas. A evidência que liga uma visão positiva à maior longevidade é mais forte do que a que liga obesidade à longevidade reduzida.
- A felicidade forma uma letra U no gráfico da vida. Somos mais felizes quando jovens e idosos, e menos felizes na meia idade.
Imagem: cerejeiras em Bispebjerg Kirkegard, Copenhagen, Dinamarca, por Alex Berger, Flickr/CC.
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