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É tão fácil tomar a outra pessoa como garantida, mas investir atenção e esforço nas relações mais próximas traz resultados na forma de felicidade – para você e seu parceiro(a).
Por que fazer isso?
A qualidade de nossas relações mais próximas pode ter um grande impacto em nossa felicidade e na da outra pessoa. Já há muito tempo, psicólogos dedicam tempo estudando as falhas nos relacionamentos. Mas há também um campo relativamente novo, focado no conjunto crescente de evidências sobre o que faz as relações darem certo [1], em vez do contrário.
Há muitas coisas concretas que podemos fazer para melhorar nossas relações mais próximas. Muitas delas são bem simples, apenas demandam alguma reflexão e atenção intencional. Por que não tentar? Você pode se surpreender com quanta diferença isso faz.
Por onde começar?
Segundo o psicólogo social John Harvey, as chaves para desenvolver e manter um bom relacionamento são esforço e persistência. Ele e seus colegas desenvolveram o “modelo de se importar” nos relacionamentos para mostrar o que os faz durarem e florescerem, que está resumido abaixo [2].
- Compreender e ser compreendido. Tentar realmente entender os pensamentos, sentimentos, atitudes e a história de nosso parceiro. E compartilhar os nossos com ele. Isso requer um esforço nos relacionamentos estabelecidos em que imaginamos já saber o que o outro pensa e sente.
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Como explicamos o comportamento do outro. Em relacionamentos bem sucedidos, explicamos as atitudes positivas do parceiro como sendo parte de seu caráter ou personalidade, e as negativas como sendo decorrentes de circunstâncias externas.
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Aceitação e respeito. Tratar o outro com respeito. Ouvir. Aprender a ceder quando as opiniões estiverem em conflito. Aceitar integralmente o que o outro é: as partes que admiramos e as que não admiramos. Garantir que quando discordarmos, isso se refira a um tópico específico, e não uma reclamação sobre quem o outro é como pessoa. Garantir mais interações positivas do que negativas também é vital.
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Reciprocidade. Garantir que haja um equilíbrio na relação como um todo, e que nenhum dos dois se sinta usado.
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Continuidade. Se esforçar conscientemente em dar atenção à relação. Estamos sempre vivendo coisas novas, aprendendo e nos adaptando ao longo de nossas vidas, portanto, precisamos nos comunicar permanentemente com nosso parceiro, e agir ativamente para ajudar a manter e desenvolver o relacionamento.
As seções abaixo oferecem algumas sugestões para ajudar a desenvolver habilidades em algumas dessas áreas.
Conhecer o parceiro
A boa comunicação está no centro de todos os tipos de bons relacionamentos. A boa notícia é que as habilidades de comunicação (tanto ouvir como responder) podem ser aprendidas e praticadas, assim como praticamos qualquer outra habilidade. Aqui estão algumas regras simples:
- A boa comunicação é uma via de duas mãos. Evidentemente, uma parte da comunicação é nos expressarmos – compartilhar nossas esperanças, desejos, medos e necessidades. E isso é essencial para abrir vias de comunicação em uma relação próxima. Mas é igualmente importante entender as necessidades um do outro. Precisamos encorajar nosso parceiro a compartilhar suas esperanças e medos conosco – e realmente dedicar um tempo para entender o outro pela sua perspectiva.
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Ouça bem. Desejar conhecer e entender mais sobre o parceiro e fazer perguntas é crucial. Porém ouvir e mostrar empatia com as repostas é ainda mais importante. Pesquisas mostram que a forma como reagimos ao que é dito – e a forma com que seu parceiro reage ao que você conta na situação oposta – determina se compartilhar experiências levará a uma maior proximidade ou não. Abrir-se só leva a uma relação mais íntima se o parceiro percebe que estamos ouvindo e entendendo. Portanto, temos que desenvolver as habilidades de realmente ouvir o que está sendo dito.
Celebre o positivo
Uma comunicação melhor e mais profunda leva a mais compaixão e menos culpa em um relacionamento. O que significa menos reclamações e discussões! O psicólogo John Gottman, um dos maiores experts em relacionamentos, diz que a “proporção mágica” para um relacionamento feliz é 5 para 1: cinco interações positivas para cada negativa.
Aqui estão algumas ideias de como você pode atingir essa proporção mágica:
- Agradeça as pequenas coisas que seu parceiro faz no dia-a-dia, como preparar uma xícara de chá de manhã
- Dedique um tempo para ver o lado bom de seu parceiro – pense no que você realmente valoriza nele e lembre as boas experiências juntos
- Diga quando se sentir grato por ele ou pelas coisas que ele já fez por você
- Faça uma lista das coisas que fazem ele se sentir admirado – e tente realizar uma delas todo dia [3]
- Extraia o maior valor possível dos bons eventos na vida de seu parceiro [4] – uma importante habilidade positiva em relacionamentos é relacionar-se positivamente, por exemplo, perguntando sobre as coisas que deram certo.
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Referências [1] Harvey; Gottman; Gable and Reis (2001- 2003) [2] Harvey,J.H, & Pauwels,B.G. (2009) Relationship connection: A redux on the role of minding and the quality of feeling special in the enhancement of closeness. In S.J. Lopez & C.R. Snyder (Eds.) OxfordHandbook of Positive Psychology. NY: Oxford University Press. [3] Taken from 'Life enhancement Strategies', in Oxford Handbook of Positive Psychology Chapter 13 [4] Maisel, N.C. & Gable, S.L. (2009) For richer…in good times…and in health: positive processes in relationships. In S.J. Lopez & C.R. Snyder (Eds.) Oxford Handbook of Positive Psychology. NY: Oxford University Press. . Veja também: Gable, SL, & Reis, HT (2010) 'Good news! Capitalizing on positive events in an interpersonal context', Zanna MP (Ed.), Advances in Experimental Social Psychology, and Hicks, A and Diamond, L 'How was your day? Couples' affect when telling and hearing daily events' Personal Relationships, 15 (2008), 205-228 Imagem no topo: Gerard Moonen, CC0.