Altruísmo entre animais (como o Homo sapiens)

O vídeo acima é bastante surpreendente em diversos aspectos. E há muitos outros hits da internet nessa categoria: a cadela que adotou um bebê humano abandonado, golfinhos protegendo nadadores desavisados contra tubarões, o gorila que salva o corvo se afogando etc…

Uma reação bem comum a esses vídeos é a frase: “esses animais são melhores que humanos”, ou “se pelo menos as pessoas fossem assim…”. Pode parecer algo positivo e esperançoso, mas é uma maneira de ver bastante pessimista (com a desvantagem de não ser exatamente realista). Nessa visão, estamos isolados e separados desse tipo de comportamento, como se fosse algo impossível para as pessoas.

Na verdade, o que esses vídeos exemplificam é exatamente o contrário: nós também somos animais! E os mesmos instintos de cooperação, altruísmo e compaixão que deram vantagens evolutivas a essas espécies estão em nós. Se soltarmos um pouco a competição exagerada, a suspeita paranóica sobre todos e o egoísmo crônico que de algum modo aprendemos — sem saber que isso pode ser desfeito — há um instinto de cooperação naturalmente presente: não precisa ser aprendido, já está aqui. Mas é preciso evitar cultivar aquilo que o obscurece: por exemplo, o ódio ou egoísmo — e isso sim precisa ser aprendido.

Diversos estudos científicos apontam para a presença natural desse instinto altruísta em humanos e animais.

Por exemplo, veja o vídeo abaixo, do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology:

Nesse outro vídeo, Frans de Waal mostra exemplos e comenta sobre a “moralidade” de alguns animais:

 

O próprio Charles Darwin identificou diversos desses comportamentos e escreveu sobre a vantagem evolutiva que a cooperação dá às espécies, embora hoje em dia a maioria use a teoria da evolução para falar sobre “a lei do mais forte”, “cada um por si” etc, em uma justificativa sem base para a injustiça e a exploração alheia.